Hoje,
pode-se afirmar que a transferência, em
qualquer relação é prejudicial, quando prolongada, porque pode levar uma
das
partes - ou até as duas - a desenvolver neurose, alterando o
comportamento social, e isto na educação, onde a relação das partes
normalmente perdura um ano inteiro, agrava o caso. A preocupação
com essa questão na sala de aula é relevante, devido a grande quantidade
de
pessoas envolvidas no possível resultado catastrófico do prolongamento
do processo, visto que
as salas de aula das escolas estão geralmente cheias, dando ao problema,
uma
dimensão muito mais ampla.
Em
linhas gerais, a transferência, trata-se
de uma manifestação humana quando as pessoas se relacionam e que por se
desenvolver no campo do inconsciente não é percebida com facilidade
pelas partes envolvidas, mas por outro lado
pode ser bem resolvida se detectada no seu início. É importante
ressaltar que a
transferência pode se desenvolver tanto a partir do professor, quanto a
partir
do próprio aluno.
A detecção de um processo destes pode
acontecer desde que observados alguns sintomas básicos no comportamento, pois o
processo sempre começa a partir, por exemplo, de um desejo rotineiro repetitivo, como por exemplo, um aluno (a)
expressar preocupações muito íntimas, enviando permanente de cartas (com conteúdo muito pessoal) ou mesmo o envio
de presentes, e sempre fora de datas específicas para tal. A ocorrência
de fatos como estes, rotineiramente, certamente são sinais de ocorrência do processo
de transferência, visto que o desejo incontrolável, é um elemento fundamental da
transferência, e em um caso destes está sobrepondo-se à normalidade que a relação deveria ter.
No
caso do processo de transferência
desenvolver-se no professor, a questão torna-se um pouco mais delicada,
pois
dificilmente o aluno terá condições de detectar ou mesmo resolver. Mesmo
assim,
se o professor fizer um esforço, é possível detectar nele mesmo a
transferência,
bem como procurar resolvê-la. Alguns dos sintomas da transferência no
professor estão
ligados a questão do poder, afinal ele (a) é um “objeto de desejo”,
interessante, que se diferencia dos comuns, e demais atributos que levam
o aluno a transferir para ele aquela figura de desejo dela (pai, mãe,
etc.) e as situações que indicam o
início do processo, normalmente dão-se a partir de atitudes como, a
preferência sempre pelo mesmo aluno (a) para as tarefas de auxílio –
geralmente
o mais quietinho e comportado (que se enquadra naquela figura do bom
filho, que deseja ter, etc.) – a necessidade de mandar sempre o mesmo
aluno (a)
realizar as tarefas cotidianas que outros poderiam fazer, enfim, esses
comportamentos podem indicar o princípio de uma transferência.
Para
ambos os casos, ao verificar a
ocorrência de tal processo, o mais indicado é que se procure um
terapeuta,
seja ele psicólogo ou psicanalista, para que se faça uma análise e um
tratamento correto e individualmente procure frustrar estes desejos
quando eles se manifestarem, afinal a transferência é um processo de
deve ter meio e fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário