quinta-feira, 29 de agosto de 2013

CRIANÇAS NA ESCOLA V



Como são feitos os diagnósticos de Déficit de Aprendizagem?
 
            A maioria dos diagnósticos é feito com base nos sintomas clínicos relatados por professores e pais, interpretados por um pediatra, neurologista, psiquiatra ou psicólogo. “Quase sempre, essa análise diagnóstica é subjetiva e superficial. Muitos são encaminhados ao serviço de saúde já com a intenção de achar uma doença que justifique dificuldade de aprendizagem e a falta de autoridade e paciência dos pais”. Portanto para se definir por um real caso de Déficit de Aprendizagem é necessário considerar todas as possibilidade de deficiência exterior, que possam influenciar em um “não aprendizado”, para que, por último seja atribuída a criança esta deficiência.
Em muitos casos de dificuldade de aprendizagem na sala de aula, principalmente na escola pública, quando a responsabilidade não é direcionada a criança, vai diretamente para o docente, muitas vezes excluindo-se toda dificuldade que não resulta da deficiência de um ou de outro, logo o cuidado por parte de quem avalia este tipo de problema de considerar também o ambiente e as condições, que também definem entre o aprender e o não aprender.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

CRIANÇAS NA ESCOLA IV



A variação de humor pode ser considerada uma doença infantil?
 
            Todos o que passam por períodos de estresse intenso podem apresentar mudanças de comportamento, com uma variação de humor, e esta situação é normal, ou seja, ainda não indica doença.
De acordo com o Código Internacional de Doenças – CID 10 – criado para padronizar as doenças e problemas relacionados à saúde, a doença é a ausência de saúde e por isso, no campo do comportamento é insuficiente afirmar que, por uma situação de estresse, as reações imediatas são doenças, mas se observados os sintomas de forma recorrente e em condições normais da criança no seu dia a dia, aí então pode ser indicativo de Transtorno de Humor – CID 10 (F30-F39).
            A cerca do Transtorno de Humor, que popularmente denominamos no meio escolar “variação de humor”, ele é definido como: “Transtorno no qual a perturbação fundamental é uma alteração do humor ou do afeto” [...], ou seja, a situação somente se torna uma doença quando passa a ser recorrente – acontecer frequentemente.
Normalmente esta variação de humor é percebida com mais frequência entre os adolescentes, mas isto não isenta as crianças de sofrerem deste problema, que muitas vezes também é confundido com o transtorno bipolar, por apresentarem comportamentos controversos na afetividade. Nesse caso – bipolar – a doença vem sempre associada a outros sintomas como: manias e alternância de momentos de depressão e euforias, por isso quando se perceber estes sinas nas crianças é necessário procurar avaliação mais específica para diagnosticar e tratar.

domingo, 25 de agosto de 2013

CRIANÇAS NA ESCOLA III



Quais são os sintomas do TDA na escola? Ele tem cura?
            O principal sintoma do Transtorno de Déficit de Atenção – TDA – nas crianças é sem duvida a falta de atenção nas atividades mais corriqueiras, naquelas em que a criança parece não ouvir ninguém e por isso fica excessivamente inquieta e impulsiva, o que à grosso modo quer dizer: “o cérebro recebe todos os estímulos do ambiente, mas é incapaz de focar em apenas um”. Por ser uma síndrome de origem genética se estende por toda vida e, portanto, não tem cura.
Na maioria dos casos, o atendimento terapêutico e o apoio da família e da escola, são suficientes para atender as necessidades dos que sofre de fazendo com que a criança leve uma vida normal. Nos casos TDAH ou seja, onde o déficit de atenção é agravado com a hiperatividade, a necessidade de acompanhamento torna-se ainda mais urgente, uma vez que a hiperatividade por si só, já é um transtorno bastante incômodo.

Crianças na pré-escola podem apresentar TDAH?

            Sim, crianças podem apresentar na pré-escola o transtorno de déficit de atenção, e inclusive com a hiperatividade – TDAH – pois são distúrbios que devem normalmente surgem nos primeiros anos de vida, mais a maioria dos diagnósticos só é feita a partir dos sete anos, por isso passa despercebido na fase pré-escolar.
Nunca é demais lembrar que cada criança é única e seu desenvolvimento depende dos estímulos recebidos, por isso, pais agitados, geralmente têm filhos agitados, assim como os mais imaginativos se desconcentram com mais facilidade – e nem por isso são doentes. Portanto prestar atenção nestas características ajuda a reconhecer os sintomas.

sábado, 24 de agosto de 2013

CRIANÇAS NA ESCOLA II:


Criança que não para quieta é Hiperativa? Como lidar com ela?

            Não, nem todas as crianças agitadas são hiperativas ou tem algum tipo de doença. Eles podem ser assim mesmo, ou apenas estarem passando por algum momento difícil.
Os principais sintomas da hiperatividade normalmente são: esquecer objetos com muita frequência, falar excessivamente, distrair-se com facilidade e ter extrema dificuldade de organização das coisas simples, cotidianas, comportamento este muitas vezes identificado como desorganizado. Muitas vezes o problema é associado ao transtorno de déficit de atenção – com hiperatividade (e, nesse caso, é conhecido como TDAH).
No dia-a-dia da sala de aula, cabe ao professor, contemplar a todos sem distinção, mas a sugestão é colocar os mais ativos, mais próximos e dar a eles constantes estímulos, e atividades diferenciadas, capazes de explorar todos os sentidos e nunca promover tarefas extremamente longas. Outras sugestões úteis são: avaliar e revisar as atividades propostas para estas crianças com mais frequência, fixar-se mais nas intervenções pedagógicas necessárias ao desenvolvimento cognitivo (e, menos nas questões de comportamento), dar mais retorno a elas, sobre suas conquistas, pois medidas como essas podem ajudar ao aprendizado dessas crianças serem mais efetivos.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

CRIANÇAS NA ESCOLA I:



Como distinguir uma inquietude natural de um transtorno psíquico?

 

            Na infância todas as crianças gostam de brincar, correr, pular e gritar, principalmente quando estão em grupo, algumas também xingam, fazem birra, não respeitam as pessoas e são indisciplinadas. Ainda que não desejáveis esses comportamentos, são normais, quando num nível cultural suportável.

O limite entre a normalidade e a doença, não está nos atos em si, mas na frequência dessas atitudes, e por isso é preciso observar e acompanhar a vida do estudante por pelo menos seis meses para se fazer um diagnóstico de anormalidade do comportamento.

Fatos traumáticos como a separação dos pais ou a morte de um ente querido, podem gerar mudanças importantes, ainda que temporárias, mas não definem por si só um quadro de doença, pois como devido acompanhamento terapêutico o trauma pode ser superado, voltando-se a normalidade.

O transtorno só se manifesta mesmo, quando esse hábito, passa a atrapalhar os relacionamentos e o desenvolvimento escolar, provocando, por exemplo, a dificuldade de relacionamento em grupo, e nesse caso, a criança deve ser encaminhada para uma avaliação mais específica, para somente depois se definir o quadro como doença.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013


QUEM É MAIS PERIGOSO?
 
O HOMEM OU A MULHER?
 

             Sabemos que homens e mulheres se comportam de forma diferente em muitos aspectos da vida, afinal são dois organismos diferentes – tanto físico, como mental – com características muito próprias, mas um tema que pouco se aborda é como eles reagem em homicídios, isso mesmo, quais as características do homicida homem e da homicida mulher? Na tese do renomado criminalista Dr. Waldir Peres, em diversas fontes reforça que: “Qualquer um de nós tem instintos homicidas.”, ou seja, tanto homens como mulheres possuem estes instintos.

            Do ponto de vista da Psicanálise e da experiência em atendimentos, ao longo dos anos, identifiquei algumas características muito presentes nas ações homicidas, tanto de homens como de mulheres.

            O título quem é mais perigoso, não tem a intenção de qualificar qual sexo é mais propenso ou quem comete mais homicídios, mas apenas provocativo, para chamar a atenção em relação as características de cada um na hora de matar. Para facilitar a compreensão, observe a tabela abaixo:

 

 
Homem
Mulher
Em que momento age?
Geralmente em estado de vigília ou de maior vulnerabilidade de reação da mulher;
Quando o homem está dormindo;
Quais os sinais?
Ameaça no dia a dia;
Não ameaça com frequência;
 
E os principais motivos?
Quando há sentimento de perda;
Quando há excesso de sofrimento, ou é fortemente ofendida ou muito humilhada;
Qual o raciocínio?
Projetivo – vir a ser, normalmente planejado com antecedência;
Concreto – no calor do momento;
E o comportamento em situação de briga?
Agressividade – física;
Perversidade – dissimula;
 
E os principais motivos?
Ciúme, medo de perda, orgulho ferido, transgressão ética, sentimento de dissolução, perda do poder;
Ciúme, medo de perda, orgulho ferido, sentimento de dissolução;
Quando acontece, quais os sentimentos?
São mais apaixonados, tende ao remorso – facilidade de se suicidar em seguida ao ato;
São menos apaixonadas, dificilmente se arrependem de ter feito;
E qual o comportamento prévio ao ato?
Provocam menos atrito;
Provocam mais atrito;
E quais os maiores medos que levam ao ato?
De entregá-la a outro – perde-la;
Da outra ser “melhor” que ela (mais bonita, etc);
E na imaginação cotidiana, como é?
Trai menos;
Trai mais;

 

            Como demonstrado acima, as ações de homens e mulheres são normalmente diferentes, mas, é importante frisar que, não necessariamente, esta tabela representa em definitivo os comportamentos, pois o elemento causador do homicídio, aquele que conduziu ao ato, pode fazer com que as formas de execução sejam diferentes destas. “Todo crime passional é humanamente explicável e defensável.” (Waldir Peres).